O Navegador



O Vasco era um rapaz muito complicado, eventualmente era apanhado em alguma briga com os colegas, pelas mais diversas razões. Ele não gostava que os outros dessem-lhe ordens e sempre dizia que um dia iria abrir um cabeleireiro para vacas e ficar muito rico. Embora fosse filho de fidalgos, não gostava de ser reconhecido como tal, sempre quis tentar a sua própria fama.

O Mar é a sua paixão, consegue passar horas a surfar. Em Sines, a sua terra natal, ele ganhava todas as competições e mais alguma que houvesse.

Um dia acordou mais cedo que o normal para ir surfar, para apanhar as ondas matinais, e também, porque não havia tanta gente na praia. O Mar estava agitado, mas não eram umas ondas que iam meter medo ao Vasco.

Estacionou o Burro no curral de estacionamento que havia perto da praia, tirou a prancha da carroça e foi a correr para o horizonte. A água estava gelada, quase até dava para ver um icebergue no final do Mar. Mas também não ia ser um pouco de frio que o ia deter de surfar aquelas ondas assustadoras. Sempre que a onda rebentava, fazia um rugido, como se de um leão se trata-se.

Então na água, até os ossos doíam-lhe, mas para a frente é que é caminho, quando mais entrava mais o Mar puxava. Já estava no local certo das ondas boa, e, nessa altura vinha uma, começa a remar para se pôr em posição, levanta-se. Mas aquela onda era areia de mais para o equilíbrio do Vasco, caiu. A onda também decidiu rebentar naquele momento, e ele fica ali embrulhado entre as várias ondas que começavam a chegar com força. A prancha que deveria servir para ele estar em cima dela, na verdade, levava com ela na cabeça e desmaia.

Quando acorda vê que se encontra deitado na cama de um hospital. Começa a tentar levantar-se. Abre a porta e depara-se com militares do governo e o próprio em pessoa D. João II a falar com os jornalistas. Quando este se apercebe que a porta se abrira, rapidamente fica assustado e entra com o Vasco no quarto, mandando os seguranças tirar dali os jornalistas.

O Rei explica a situação ao Vasco, diz que ele esteve a dormir cerca de umas 5 horas e que tiveram que fazer algumas cirurgias devido às várias lesões. O próprio rei é que foi o médico-cirurgião e diz que correu tudo bem, no entanto, diz que partiu uma perna e que nunca mais vai poder voltar a andar normalmente, e mostra-se muito surpreso como ele consegue estar em pé.

Por fim começa a propor um plano ao Vasco. Diz que vira a coragem e que o admirou, ele próprio não consegue entrar no chuveiro se a água não estiver quente o suficiente para arrancar a pele. Também diz que ele decidiu ir surfar mesmo quando o Adamastor estava mais rabugento e houve um tsunami porque ele surfara nas águas dele.

Independente de tudo isso o Rei diz que o quer como comandante de uma expedição de viagem à América do Norte, mas para isso o Vasco teria de ir estudar para a escola de Sagres para aprender a ser um marinheiro, e tambem teria de desistir do sonho de abrir um cabeleireiro para vacas.

Vasco fico hesitante, mas depois de muito pensar, apesar de ter aberto a cabeça, decidiu aceitar com a condição de redefinir a rota e em vez de ir para a América queria ir para a Índia de barco a remos.

O Rei não podia ficar mais contente e foi logo espalhar a notícia aos jornalistas que ansiavam uma resposta.


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